domingo, 4 de outubro de 2015

Sobre as aulas de Artes Digitais: o professor pediu minha opinião sobre as reclamações (sobre ele) dos colegas de classe feitas na reitoria da universidade

Dizem que há dois tipos de crítica: a construtiva e a destrutiva.
Eu considero que a crítica sempre traga em si o teor destrutivo.
Primeiro destrói a gente por dentro: ficamos indignados porque estamos fazendo o nosso melhor e não somos reconhecidos por isso.
Segue-se que buscamos em outras pessoas fortalecer o nosso proceder, pessoas que apoiem a maneira como estamos fazendo as coisas.
Depois, entramos na fase em que ficamos meditando a respeito do que foi falado, amenizando a nossa revolta interior e buscando saber como somos vistos pelos demais.
Porém, observo que quase ninguém vendo o outro chateado irá, nesta situação de “calor da emoção” e perante o “criticado” concordar com a crítica.
Só gente muito sincera, corajosa, ou muito interessada na mudança, irá fazê-lo.
A maioria terá compaixão ao ver o sofrimento do outro, falará somente para os demais e jamais diretamente, sobre o que, de fato, pensa a respeito.
Afinal, as pessoas irão recordar de situações semelhantes pelas quais foram vitimadas e ficam penalizadas.
A crítica, portanto, destrói até o pensamento inicial das pessoas ao redor, leva as pessoas que ficaram sabendo da crítica a uma reflexão pessoal também, destrói muros de rejeição ao criticado, destrói parte da negatividade da situação.
Aqui, então, a crítica passa a destruir um fato ou ato que precisa ser modificado e evolui para a crítica construtiva.
A crítica irá construir a evolução, a mudança, a ruptura de antigos padrões, será a semente de uma renovação, um novo começo.
Nesta fase se fortalece em nós a seguinte verdade: O passado não existe mais, nele nada pode ser alterado. Esqueça-o. Você está começando hoje. Agora você faz o seu caminho. É uma nova etapa. É a oportunidade de mudar tudo.
Sobre as aulas de Artes Digitais:
O teor da conversa, na aula de ontem, ficou ecoando em minha mente e decidi ponderar algumas situações comentadas pelos colegas, informalmente, quando escrevem nos grupos do facebook ou que observei, agora mais atentamente, nas conversas extra classe e também através de perguntas diretas aos colegas. Além disso, é claro, olhei para mim mesma, para as minhas dificuldades pessoais.
O que podemos “apurar” quanto ao aprendizado de artes digitais é que as aulas acontecem e prosseguem da seguinte maneira: o professor, habitualmente, deixa de permanecer focado no ensino do tema da matéria do dia, ele divaga em outros assuntos não correlatos, começa a contar a sua história de vida, o seu trajeto profissional, como se fosse uma conversa informal, os alunos começam assuntos paralelos e desviam o tema da aula por completo, o professor não consegue prender a atenção e retomar o ensino da matéria, os alunos conversam entre si, os alunos acessam a internet para coisas particulares, alguns procuram usar o tempo disponível para atividades de outras matérias, muitos saem da classe e ficam conversando na cantina ou deixam a Universidade.
Há alunos que já sabem como utilizar o adobe photoshop, mas a maioria é leiga no assunto.
Alunos de outros cursos comentaram que, mesmo sem nenhum conhecimento prévio, não só aprenderam o photoshop como também o ilustrator em aulas da mesma natureza, num único semestre.
Os atuais alunos estão desmotivados, desanimados e comentam entre si que o professor “não ensina nada” mas se omitem em formalizar qualquer tipo de reclamação na reitoria ou pessoalmente, porque todos tem proximidade com o professor, e reclamar seria como trair um amigo, ser desleal.
Ou seja, de fato, há alunos na classe atual que, aparentemente, não se importam em aprender, porque, supostamente, só querem um diploma, mas na verdade, todos querem aprender a utilizar o photoshop.
Querem ter desenvoltura no seu uso, mas ninguém tem coragem de dizer que não sabem o passo a passo de utilizar os programas.
Ninguém assume que não sabe sobre cada ferramenta ou comando que deve utilizar e nem que não tem o programa em casa pra treinar.
Os alunos tem afinidade com o professor, consideram que o sustento de sua família também depende de sua renda como professor universitário e, portanto, se sujeitam a presente situação.